POSTER 19 – PARÂMETROS ECOCARDIOGRÁFICOS ASSOCIADOS A PROGNÓSTICO EM DOENTES COM ESTENOSE AÓRTICA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA

Maria João Vieira(1);Cátia Costa(1);Nuno Craveiro(1);Kevin Domingues(1);Beatriz Santos(1);Maria Luz Pitta(1);Miguel lves(1); Margarida Leal(1)
(1) Hospital de Santarém

INTRODUÇÃO:
A disfunção sistólica do Ventrículo Esquerdo (DisfVE) é um fator de mau prognóstico em doentes com Estenose Aórtica (EA), sendo uma indicação formal para substituição valvular. Atualmente sabe-se que a redução da função ventricular ocorre numa fase avançada da doença, pelo que têm sido propostos novos marcadores ecocardiográficos de disfunção mais precoce.

OBJETIVOS:
Avaliação da utilidade dos parâmetros ecocardiográficos como preditores de internamento por causa cardiovascular (IntCV) em doentes com EA grave e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) preservada

MATERIAL E MÉTODOS:
Estudo retrospetivo com inclusão de dados demográficos, clínicos e imagiológicos de 52 doentes com EA grave com FEVE preservada, que foram referenciados ao laboratório de ecocardiografia para avaliação de rotina. O endpoint primário foi a ocorrência de IntCV, tendo a população sido dividida em 2 grupos de acordo com a presença/ausência deste outcome durante o período de seguimento.

RESULTADOS:
A média da idade dos doentes foi 76,8 ± 7,9 anos, o valor médio da FEVE foi 58,1 ± 5,8 %, a média do strain longitudinal global do VE (SLG) foi -15,9 ± 3,95 %, a área valvular indexada (AVA) média foi 0,39 ± 0,09 cm2/m2 e o gradiente médio transvalvular (GradMed) 50,5 ± 9,1 mmHg. O outcome primário foi observado em 18 (33%) dos doentes. Não foram observadas diferenças significativas entre os parâmetros de caracterização valvular, nomeadamente AVA, GradMed e relação de VTI entre os dois grupos de doentes. Os doentes que tiveram IntCV apresentaram um volume da aurícula esquerda (AE) superior (43,86 ml/m2 versus 32,88 ml/m2, p=0,013); uma relação E/e´ superior (28,7 versus 8,1, p<0,001); uma pressão sistólica na artéria pulmonar (PSAP) superior (45,5 versus 32,9 mmHg, p=0,02) e uma TAPSE superior (19,63 versus 17,23, p=0,025). Este grupo de doentes apresentou também uma tendência para um SLG superior (-14,5 versus -16,7; p= 0,059), sendo que um SLGVE superior a -13% esteve associado a uma maior probabilidade de IntCV (AUC 0,65; 95% CI 0.50-0.75, p=0.01).

CONCLUSÃO:
A EA grave sintomática é uma indicação para substituição da válvula aórtica. Como o prognóstico a longo prazo após intervenção cirúrgica é pior quando já existe DisfVE, é imperativo que os doentes sejam referenciados para intervenção antes que esta ocorra. Estudos prévios têm demonstrado que a análise de outros parâmetros ecocardiográficos, tais como o SLG, pode oferecer uma melhor e mais precoce caracterização da disfunção VE. Neste estudo, também outros parâmetros ecocardiográficos foram associados a pior prognóstico como o VolAE, a relação E/e’, a PSAP e a TAPSE. Com estes resultados os autores pretendem demonstrar a utilidade de incluir vários parâmetros ecocardiográficos para além da FEVE para uma estratificação de risco, realçando a necessidade da realização de estudos em larga escala que permitam a validação de scores de risco mutiparamétricos.

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